Autor: André de Leones

Chandler

“Raymond Chandler (1888-1959) é, ao lado de Dashiell Hammett, um dos alicerces da literatura noir norte-americana, especialmente no âmbito do que se convencionou chamar de hard-boiled. Espécie de subgênero, o hard-boiled é muitíssimo bem representado por personagens como os detetives particulares Sam Spade (criação de Hammett) e Philip Marlowe (concebido por Chandler). Nas narrativas protagonizadas […]

Todas as coisas doces demais

Um conto natalino, escrito há uns dois ou três anos. Para a Caroll. …… The waiting drove me mad You’re finally here and I’m a mess Pearl Jam, Corduroy. Algo precisava ser dito, mas talvez já fosse tarde demais. Estavam à sombra, ele sentado observando uma mulher gorda que passava com um golden retriever e […]

Queimando

Um trecho do meu romance Terra de casas vazias (Rocco, 2013). Aureliano contornou um Monza preto que alguém estacionara sobre a calçada e já se preparava para bater palmas quando notou a figura sentada no meio-fio, alguns metros abaixo. Soube de imediato. Aproximou-se da garota. Ela mexia os dedos dos pés descalços e tinha os […]

Distopia cotidiana

Resenha publicada em 20.09.2014 no Estadão. Ao contrário do que em geral acontece, há uma verdade na orelha do livro de contos Um Homem Burro Morreu: “O escritor Rafael Sperling é sem noção”. A falta de noção não é um problema, mas o combustível que alimenta os 27 contos (mais um epílogo) deste que é o […]

Paz na Terra entre os monstros

Ficção (*). I POEIRA E FANTASMAS Sozinha e cheia de coisas na espelunca (à espera do fim?), a garçonete ajeita o vestido e os cabelos e considera cuspir de lado. Reconsidera e não cospe, farta de porcas porcarias. Estatelada sozinha e cheia de coisas na espelunca, à espera do fim, só que ainda não sabe […]

Assis Brasil sobre o "Dia Morto"

Abaixo, o texto que o escritor e professor Luiz Antonio de Assis Brasil escreveu para as orelhas de Hoje está um dia morto, meu romance de estreia, agraciado com o Prêmio Sesc de Literatura 2005. AS IDEIAS E AS FORMAS DE DIZÊ-LAS Esta ficção trata de um tema bastante comum na vida moderna: a falta […]

Teatro

O programa estava perto do fim quando a entrevistadora perguntou à atriz se a atriz usava salto ou rasteirinha e a atriz disse que preferia rasteirinha, mal conseguia andar de salto, era uma tortura, e além disso é bom manter os pés bem perto do chão, não é mesmo?, e elas riram um pouco. Em […]

Ao redor e de volta ao começo

Resenha publicada em 26.07.2014 no Estadão. Os Luminares é uma espécie de quebra-cabeças que vai se esfarelando. É como se, no decorrer da montagem, perdêssemos o interesse pelo todo da paisagem e nos atêssemos a determinadas peças e conjuntos de peças, a certos recortes. Com suas quase novecentas páginas que se permitem ler sem maiores […]

Da memória à ficção

Resenha publicada no Estadão em 13.07.2014. Dois novos livros da contista canadense Alice Munro, premiada com o Nobel de Literatura em 2013, chegaram às livrarias brasileiras. Fugitiva é, na verdade, um relançamento, com nova tradução, de uma irrepreensível coletânea de contos. A Vista de Castle Rock é, conforme definido pela autora no prefácio, um conjunto de histórias […]

"Como desaparecer" digitalmente

COMO DESAPARECER COMPLETAMENTE é o meu segundo romance. Chegou às livrarias em 2010 e, agora, acaba de ganhar também uma edição digital nos diversos formatos. Aí vão os links: Amazon, Cultura, Livrarias Curitiba, Google Play, IBA, Gato Sabido e mais. Se quiser saber um pouco mais sobre o livro, escrevi a respeito dele AQUI e publiquei um trecho AQUI.