Categoria: Resenhas

A queda em Mishima

Resenha publicada em 03.10.2015 no Estadão. Foi em 25 de novembro de 1970. Acompanhado por alguns membros de sua organização extremista (a Tatenokai, ou “Sociedade do Escudo”), o escritor Yukio Mishima (pseudônimo de Kimitake Hiraoka) invadiu um quartel-general do exército japonês, em Tóquio, e tentou convencer os soldados a dar um golpe de Estado. O […]

Chalámov

Resenha publicada em 29.08.2015 no Estadão. Em um pequeno “epílogo” à edição espanhola dos Contos de Kolimá, o tradutor Ricardo San Vicente traça uma diferença importante entre as literaturas de Varlam Chalámov e Fiódor Dostoiévski (1821-1881). Lembremos que o autor de Crime e Castigo também amargou um período como prisioneiro na Sibéria, condenado sob a acusação de conspirar […]

Exílio irredimível

Resenha publicada no Estadão em 25.08.2015. A temática do desterro se faz presente em boa parte da melhor literatura produzida (vide autores tão díspares quanto Sebald e Appelfeld), e é possível ler o novo romance de Luis S. Krausz como um autêntico representante dessa vertente. De fato, o ótimo Bazar Paraná talvez possa ser descrito […]

Mar de chamas

Resenha publicada em 30.05.2015 no Estadão. Toda Luz Que Não Podemos Ver, segundo e premiado romance do norte-americano Anthony Doerr (1973), é uma bela façanha. Além de prender a atenção do leitor por mais de 500 movimentadas páginas, o livro é uma narrativa situada na Segunda Guerra Mundial que mantém o frescor e não tropeça […]

Houellebecq como sintoma do presente

Resenha publicada em 25.04.2015 no Estadão. “Submissão” é uma tradução literal de ‘islã’, e também o título do romance mais recente do francês Michel Houellebecq, originalmente lançado em meio à tormenta causada pelo atentado terrorista à redação do Charlie Hebdo. No livro, passado em 2022, acompanhamos a ascensão de um muçulmano ao poder na França e, […]

O mundo perdido

Resenha publicada no Estadão em 28.02.2015. A Primeira Guerra Mundial assinalou o esgarçamento do império austro-húngaro. Poucas obras descrevem tão bem as enormes mudanças que levaram ao fim daquele mundo quanto a do judeu austríaco Joseph Roth (1894-1939), cujo ápice é justamente Marcha de Radetzky, de 1932, lançado há pouco no Brasil, com tradução e posfácio […]

O olhar de Virginia

Resenha publicada em 14.02.2015 no Estadão. Os nove ensaios de Virginia Woolf (1882-1941) reunidos em O Sol e o Peixe são uma boa amostra de uma obra ensaística que, a despeito de a autora ser mais conhecida por romances como Mrs. Dalloway e Ao Farol, e conforme nos informa o organizador e tradutor Tomaz Tadeu, soma mais de três mil […]

Jornada de autodescoberta

Resenha publicada em 07.02.2015 no Estadão. Em O Incolor Tsukuru Tazaki e Seus Anos de Peregrinação, encontramos várias das características que tornaram Haruki Murakami um romancista tão bem-sucedido. Estão nele o tom de fábula, os ecos surreais, a inserção de diferentes níveis ou planos existenciais e o cuidado quase didático para com a estruturação. Emulando uma […]

Grossman: “Vida e Destino”

Resenha publicada no Estadão em 17.01.2015. O judeu ucraniano Vassili Grossman (1905-1964) trabalhou por cerca de uma década em Vida e Destino (Alfaguara, tradução de Irineu Franco Perpétuo). O romance traz muito do que ele presenciou no front como correspondente do jornal Estrela Vermelha e espelha Guerra e Paz, de Liev Tolstói, dando conta de um […]

As ruínas de Maggie

Resenha publicada em 06.12.2014 no Estadão. O romance Skagboys, do escocês Irvine Welsh, é um prequel, ou seja, um retorno aos personagens de Trainspotting e Pornô, mas situando a narrativa em um período anterior ao dos outros livros que, agora, formam com ele uma trilogia. Assim, retornamos à prosa inventiva, escatológica e coloquial do autor, com frequência calcada no […]