Autor: André de Leones

Setembro eterno

Anotações esparsas sobre Bleeding Edge, romance de Thomas Pynchon. 1. LITERATURA KUGELBLITZ Logo no primeiro capítulo de Bleeding Edge, romance de Thomas Pynchon, a protagonista Maxine Tarnow leva os filhos à Escola Otto Kugelblitz, localizada entre as ruas Amsterdam e Columbus, em Nova York, em uma travessa da cidade ainda não utilizada como locação para Law […]

No matadouro

Resenha publicada n’O Estado de São Paulo em 07.12.2013. No romance De Gados e Homens, quinto e talvez o melhor dentre os que escreveu, Ana Paula Maia realiza algumas proezas. A maior delas é, de certa forma, reduzir o mundo a um matadouro. Ali é que reencontramos Edgar Wilson, velho conhecido dos leitores de Maia, […]

Na estrada

Uma intensa movimentação caracteriza as páginas de Todos nós adorávamos caubóis, segundo romance da escritora gaúcha Carol Bensimon. As protagonistas, Cora (que também é a narradora) e Julia, empreendem uma viagem de carro pelo interior do Rio Grande do Sul. Mas, claro, há viagens e viagens. Há, por exemplo, viagens iniciáticas, quando a busca é […]

'República': drama da resistência

Este texto propõe um breve estudo da seguinte passagem (473d-e) do Livro V da República, de Platão: Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje são chamados reis e soberanos não forem filósofos genuínos e capazes e se, numa mesma pessoa, não coincidirem poder político e filosofia e não for […]

Beleza exausta

Resenha publicada no Estadão em 09.11.2013. A prosa descolorida de Rubem Fonseca reaparece com força nos contos de Amálgama. Desde já, ressalte-se que o termo “descolorida” não traz nenhuma crítica negativa, pelo contrário. A potência de alguns dos relatos que encontramos no livro deve tudo a essa aspereza tão cara à prosa do escritor. São […]

Década

Há exatos dez anos, eu finalmente conseguia terminar um conto que julguei publicável. E, de fato, ele está entre os que eu e meu então editor Flavio Izhaki selecionamos para Paz na Terra entre os monstros, lançado em 2008. A exemplo do meu primeiro romance, Hoje está um dia morto, que eu começaria a escrever […]

1921

Conheci Jack em 1921, no baile de 4 de Julho. Estávamos um pouco altos e não me lembro quem nos apresentou. A orquestra zurrava no salão de festas do hotel, todos esbarravam em todos e o inverno era algo muito distante. Não demorou para que Jack começasse a falar de suas veleidades literárias. As pessoas […]