Autor: André de Leones

FW – notas

::: Lendo Finnegans Wake, de James Joyce. Lendo Finnicius Revém (cinco volumes, alguns dos quais esgotados, ed. Ateliê), a tradução de Donaldo Schüler. Lendo, lendo, lendo. ::: A História como um pesadelo cíclico, confirmado pela própria estrutura do romance, um círculo completo que anoitece e amanhece conforme (ainda que disformemente) as quatro idades viconianas: teocrática, aristocrática, democrática […]

Da palavra crua

João Gilberto Noll (1946-2017) “É o seguinte: eu sinto meus personagens como seres projetados do inconsciente para a tela. Como os pintores expressionistas, que costumavam projetar a tinta na tela, não preocupados de antemão com as significações daquilo. Se eu tiver alguma coisa a oferecer ao leitor, isso vem do fato de que eles – […]

A ambiguidade do fogo

Martin Scorsese, que flertou seriamente com a possibilidade de se tornar padre antes de optar pela carreira de cineasta, levou décadas para viabilizar sua adaptação do romance Silêncio, de Shusaku Endo. É um filme no qual ele volta a (se) debater (diante de) questões teológicas de primeira ordem — inclusive no que, mal comparando, tal expressão remete […]

A amarga busca dos desterrados

Resenha publicada no Estadão em 16.06.2012.   A memória de nossas memórias, terceiro romance da norte-americana Nicole Krauss, é estruturado a partir de cinco narradores dispersos no tempo, no espaço e em si mesmos. De certa forma, o livro é um acúmulo de situações vividas por desterrados ou que aludem, direta ou indiretamente, ao desterro. […]

JD

Só vi hoje: na edição de janeiro do Cândido, um belo especial sobre J. D. Salinger, um dos preferidos nesta birosca, com textos de Roberto Muggiati e um bom & desprendido ensaio de Luís Augusto Fischer. Em 2014, quando do lançamento no Brasil da biografia Salinger, de Shane Salerno & David Shields, escrevi a respeito para o […]

“I want to realize too late I never should have left New Jersey.”

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=08fqHr_KGPY&w=560&h=315] Esta é do segundo álbum da banda Titus Andronicus, The Monitor, lançado em 2010. Lançaram outros dois desde então, tão excelentes quanto (sendo que o quarto, The most lamentable tragedy, é uma tremenda ópera-rock sobre a depressão), mas, em The Monitor, há qualquer coisa assim trevosa que prefigura a década que nascia então, ao […]

À espera de Le Pen

Trecho de Ravelstein, de Saul Bellow: As coisas não chegam a acontecer se não acontecem em Paris, ou se Paris não fica sabendo. Aquela velha fornalha em erupção, Balzac, estabeleceu que isso era um princípio. O que Paris não havia examinado nem mesmo existia. É claro que Ravelstein conhecia demais o mundo moderno para concordar […]