Com Búfalos selvagens, Ana Paula Maia encerra sua trilogia apocalíptica. Resenha publicada no Estadão. A “Trilogia do Fim” compreende os romances Enterrem seus mortos, De cada quinhentos uma alma e Búfalos selvagens, todos publicados pela Companhia das Letras. Neles, Ana Paula Maia trafega pelo interior de um mundo colapsado na companhia de Edgar Wilson, personagem […]
Categoria: Literatura
Realidade tortuosa
Resenha publicada no Estadão em 03.06.2012. Talvez você se lembre do escocês Irvine Welsh no filme Trainspotting. Naquela adaptação de seu romance de estreia, nós o víamos como Mikey Forrester, um traficantezinho que vendia supositórios de ópio para um Mark Renton (Ewan McGregor) desejoso de abandonar o vício em heroína sem sofrer demais no processo. Lendo […]
Jünger, Céline
Artigo publicado no Estadão. DA AMBIVALÊNCIA AO CINISMO Obras de Jünger e Céline nos transportam à Primeira Guerra Mundial de formas genialmente distintas A Primeira Guerra Mundial chegou ao fim há 106 anos, mas a sujidade das trincheiras e as explosões dos obuses ainda se fazem literariamente presentes: Tempestades de aço, clássico do alemão Ernst […]
Murakami entre dois mundos
Resenha publicada no Estadão. O FIM DO MUNDO E O IMPIEDOSO PAÍS DAS MARAVILHAS, UM DOS PRIMEIROS E MELHORES ROMANCES DO AUTOR JAPONÊS, É LANÇADO NO BRASIL. Nos capítulos ímpares, uma ficção científica cyberpunk envolvendo implantes cerebrais, guerra informacional e um autêntico submundo; nos capítulos pares, uma narrativa fantástica situada em uma cidade utópica povoada […]
O bruto nos deixa aflitos
ALGUNS PARÁGRAFOS SOBRE OS CONTOS DE DALTON TREVISAN. Artigo publicado no Estadão. O escritor completa 99 anos hoje. Em meados da década de 1990, a revista Veja publicou um conto de Dalton Trevisan intitulado “Feliz Natal”. Um conto, não. Uma paulada. Porque era a história de um estuprador e assassino, narrada em primeira pessoa e […]
Memória e pertencimento em “O outono dos ipês-rosas”
Resenha publicada na edição de abril de 2024 da revista Pernambuco. O termo alemão Bildung é imprescindível para compreender O outono dos ipês-rosas (editora Cepe), novo romance de Luis S. Krausz. Em uma nota de rodapé na página 409, o narrador nos diz que a “identificação dos judeus de língua alemã com a Europa de […]
Canto LIII
“Yeou”: Yu Tsao-chi foi um rei mítico da China, sucessor da grande trindade (os três augustos) que reinou por 54 mil anos (18 mil cada). Yu teria ensinado os súditos a construir casas (na verdade, cabanas usando galhos e outros materiais facilmente encontráveis). Seu nome significa algo como “possuindo ninho”. “Seo Gin”: Sui Jen-chi foi […]
Canto LII
Os CANTOS CHINESES (LII-LXI) usam como fonte onze (dos doze) volumes da Histoire generale de la Chine, do jesuíta francês Joseph-Anna-Marie de Moyriac de Mailla (1669-1748). De Mailla viveu em Pequim por 37 anos. A obra foi concluída em 1730 e publicada entre 1777 e 1783. Sendo um iluminista, de Mailla apreciava a ênfase na […]
Cantos LII-LXXI (1940)
Subdivisão: CANTOS CHINESES (LII-LXI) CANTOS DE ADAMS (LXII-LXXI) — no próprio livro, na abertura da seção, Pound oferece um bom índice desses Cantos para que os leitores se orientem. CANTO LII Um Canto estranho. Começa remetendo a Leopoldo, prossegue reiterando cretinices antissemitas, mas torna-se outra coisa ao abraçar o Livro dos Ritos em alguns versos […]
Canto LXXXIV
“Si tuit (…) plor”: “Se todo o pesar e as lágrimas”. Trata-se de algo já citado no Canto LXXX. Trata-se do lamento de Bertran de Born pela morte do rei Henrique, o Jovem (1155-1183). “Angold”: o poeta britânico John Penrose Angold (1909-1943), morto em ação (como piloto da RAF). “τεθνηκε”: “ele está morto”. “tuit (…) […]