“No entanto, a consciência deve encontrar maneiras de continuar operando dentro da história.” — Hauffnitz. No começo de Shadow ticket, de Thomas Pynchon, há uma explosão que, “quando ocorre, parece vir de algum lugar além do rio e perto do Lago. Garfos e taças parados entre a mesa e a boca, como se […]
Categoria: Leituras
Recipiente duradouro
A terra da doce eternidade resgata a excelente prosa de Harper Lee em textos de ficção e não ficção Resenha publicada em 21.10.2025 no Estadão. “Nós, americanos, gostamos de colocar nossa cultura em recipientes descartáveis”, escreve Harper Lee (1926-2016). “Em nenhum lugar isso fica tão evidente quanto na maneira como tratamos nosso passado. Descartamos vilarejos, […]
As parábolas de Vollmann
Resenha publicada no Estadão em 25.10.2025. Central Europa, um dos melhores romances do século XXI, é lançado no Brasil. Antes de nos concentrarmos em Central Europa (Companhia das Letras, tradução de Daniel Pellizzari), convém apresentar seu autor, cuja originalíssima produção ficcional era até o momento ignorada pelas editoras brasileiras — em 2010, a Conrad publicou […]
Nada cumpre o que prometeu
A cena está em Uma batalha após a outra, de Paul Thomas Anderson, e é um grande momento em meio a vários outros grandes momentos. A revolucionária negra, grávida, atira com uma metralhadora em um campo de treinamentos no meio do nada. Ao terminar, berra que se sentiu como Tony Montana. Isso pede uma digressão. Interpretado pelas […]
Sobre “Natação”, de Luis S. Krausz
Resenha publicada em 03.07.2025 no Estadão (online) e na edição impressa de 08.07. A PEÇA FALTANTE Em Natação, Luis S. Krausz escreve um belo e inusitado romance de formação. Do ponto de vista de seus colegas de escritório, Alberto Schwartz é um peixe fora d’água, alguém que exerce mal as funções para as quais é […]
Resenha de “Sem despedidas”, de Han Kang
Resenha publicada em 20.05.2025 no Estadão. PROCISSÃO DE FANTASMAS Em Sem despedidas, Han Kang recria traumas do passado sul-coreano. Em uma nota ao final de Sem despedidas (Todavia, tradução de Natália T. M. Okabayashi), a nobelizada sul-coreana Han Kang afirma: “Espero que esta seja uma obra sobre amor genuíno”. Em seus piores momentos, de fato, […]
Órbita comprometida
Resenha publicada em 17.05.2025 no Estadão. QUANDO NADA ACONTECE Samantha Harvey não sobrevive à reentrada no premiado Orbital Parafraseando as palavras de João Guimarães Rosa no conto “O espelho”, quando nada acontece, há um planeta indo para o saco. De fato, uma boa forma de ler Orbital (DBA, tradução de Adriano Scandolara) talvez fosse a […]
Dez indicações no ‘Estadão’
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Monstros folgados
Martin Amis n’“Os bastidores” (tradução: José Rubens Siqueira. Cia. das Letras): “Já houve um subgênero de romances longos, sem enredo, digressivos e ensaísticos (razoavelmente) conhecidos com indulgência como ‘monstros folgados’. ‘O legado de Humboldt’, com extensos comentários sobre assuntos como teosofia e angelologia, é um clássico monstro folgado; e, quando foi publicado em 1975 (antes […]
Uma leitura de “Nobel”, de Jacques Fux
Artigo publicado na Cult em 11.04.2018 No oceano de picaretagem que cerca as ilhas desoladas que são os meios literário e acadêmico brasileiros, poucas noções (pois raras são aquelas que, hodiernamente, chegam a ser conceitos) navegam com tanta facilidade e são tão constrangedoras quanto a de “autoficção”. A coisa está ancorada em uma espécie de […]
