Categoria: Leituras

Paisagens fugidias

Resenha publicada em 21.12.2024 no Estadão. A certa altura do elusivo “As planícies”, o narrador discorre sobre paisagens influentes, mas raramente vistas. Eis aí uma bela forma de apresentar o australiano Gerald Murnane. Nascido em 1939, ele já foi descrito como o maior prosador de língua inglesa sobre quem a maioria das pessoas nunca ouviu […]

Pinturas rupestres

[Escrevi este texto anos atrás. Seria o posfácio de uma nova edição de “Calibre 22”, nunca publicada. Foto: AP/Guillermo Arias.] A recepção do terço final da obra de Rubem Fonseca (1925-2020), aquele iniciado após a publicação da obra-prima “Pequenas criaturas” e que engloba desde “Ela e outras mulheres” até “Carne crua”, é um caso exemplar […]

Após o fim, um recomeço

Com Búfalos selvagens, Ana Paula Maia encerra sua trilogia apocalíptica. Resenha publicada no Estadão. A “Trilogia do Fim” compreende os romances Enterrem seus mortos, De cada quinhentos uma alma e Búfalos selvagens, todos publicados pela Companhia das Letras. Neles, Ana Paula Maia trafega pelo interior de um mundo colapsado na companhia de Edgar Wilson, personagem […]

Realidade tortuosa

Resenha publicada no Estadão em 03.06.2012. Talvez você se lembre do escocês Irvine Welsh no filme Trainspotting. Naquela adaptação de seu romance de estreia, nós o víamos como Mikey Forrester, um traficantezinho que vendia supositórios de ópio para um Mark Renton (Ewan McGregor) desejoso de abandonar o vício em heroína sem sofrer demais no processo. Lendo […]

Jünger, Céline

Artigo publicado no Estadão. DA AMBIVALÊNCIA AO CINISMO Obras de Jünger e Céline nos transportam à Primeira Guerra Mundial de formas genialmente distintas A Primeira Guerra Mundial chegou ao fim há 106 anos, mas a sujidade das trincheiras e as explosões dos obuses ainda se fazem literariamente presentes: Tempestades de aço, clássico do alemão Ernst […]

Canto LXXXII

“cão de caça”: Sirius, estrela da constelação Cão Maior, visível a olho nu. “Jeffers, Lovell…” etc. eram trainees no DTC. “Swinburne (…) perda”: Pound admirava muito o poeta inglês Algernon Charles Swinburne (1837-1909) e dedicou a ele o poema “Salve O Pontifex” em A Lume Spento (1908). A “perda”, no caso, deve-se ao fato de que Swinburne […]

Lukács e a ‘Estética’

Aconteceu uma coisa engraçada com a resenha abaixo. O título e o subtítulo escolhidos pelo editor do Estadão meio que contradizem o conteúdo do texto que escrevi. Em todo caso, você pode conferir a versão do jornal AQUI (imagino que saia no impresso dentro de alguns dias). “DETERMINAÇÕES” POLUIDORAS Lukács e o espantalho idealista Fala-se […]

Canto LXXXI

“Zeus jaz no seio de Ceres”: Ceres (Deméter) é a deusa da colheita. O verso sugere que o verdor e a fertilidade da natureza são a manifestação do poder divino. “Sargent a havia pintado”: referência à tela “La Carmencita” (1891), de John Singer Sargent (ao lado). “Bowers”: Claude Gernade Bowers (1878-1958), historiador e diplomata norte-americano, […]