Categoria: Coisas que a gente vê no escuro

Como vender canetas

A maior parte dos diálogos de O Lobo de Wall Street é conversa fiada. São quase três horas de duração e os caras falam sobre depilação feminina, estabelecem regras para o uso de anões em confraternizações no escritório (ver imagem acima) e discorrem sobre os benefícios da masturbação e da cocaína (nessa ordem, creio) na […]

Ainda sobre "Gravidade"

O sr. Daniel Feltrin veio com uma leitura interessante do filme de Cuáron: “Gravidade” como uma metáfora para a concepção (o impacto primeiro), a gestação (vide a posição fetal assumida pela protagonista quando finalmente adentra um lugar minimamente seguro) e o parto (a traumática reentrada), seguido pelos difíceis e incertos primeiros passos. Bonito pensar no […]

Até a luz

Spartacus é talvez o filme mais subestimado de Stanley Kubrick. É o único que ele realizou como diretor contratado (leia-se: pau-mandado de Kirk Douglas), e não são poucas as histórias sobre o quanto a produção foi excruciante. Mas, olhando exclusivamente para o filme, os acertos saltam aos olhos desde os estupendos créditos iniciais concebidos por […]

Sobre "Gravidade"

Vendo o belo Gravidade, de Alfonso Cuáron, quase lamentei quando a personagem de Sandra Bullock afinal retornou à superfície terrestre. Porque em meio às atribulações sofridas por ela, lançada no espaço, incomunicável e com chances muito remotas de sobreviver, o que mais chamou a minha atenção foram justamente os momentos de silêncio e contemplação. O […]

Amor moderno

Frances Ha é um bilhete de amor endereçado à Nouvelle Vague em geral e a François Truffaut em particular. As marcas da primeira década da nova onda francesa estão por toda parte: personagens simpaticamente deslocados, trilha de Georges Delerue, diálogos e atuações naturalistas, fotografia em preto-e-branco e montagem que não raro eliminam o campo/contracampo e […]

Chão comum

::: Terrence Malick atravessa o Atlântico com um corte seco. ::: Amor Pleno ou, conforme prefiro chamar, To the Wonder prossegue com o arvoramento transcendente de A Árvore da Vida, mas sem a carga lutuosa daquele (ainda que uma personagem, aqui, também carregue a perda de um filho). Logo no começo, um padre (Javier Bardem) fala […]

7xGodard

1. Bande à Part [1964] Declaração de amor a um certo cinema, “Bande à Part” é uma pulp fiction. Ou o pastiche de uma, tão vibrante e espirituoso quanto “Acossado”. Não sei, mas talvez seja ainda mais livre. Um “filme de cinema” que engendrou outros tantos “filmes de cinema”, de “Pulp Fiction” a “Amateur”. Talvez […]