Tag: Cinema

Mobília revirada

Quando eu era vivo foi descrito/vendido/rotulado por aí como um “filme de terror com a Sandy”. Felizmente, o longa de Marco Dutra tende a frustrar a ralé que vai atrás de um Atividade Paranormal brasuca e dá de cara com um sobrinho-neto de Roman Polanski. A questão é sempre a ideia que o “público em geral” […]

Na terra impassível

Quem há de falar os segredos da terra impassível? Whitman E. M. Forster recorreu a Walt Whitman para intitular o último romance que publicou em vida, Passagem para a Índia. David Lean recorreu a Forster para realizar seu derradeiro filme, homônimo, lançado em 1984. Entregou-se à tarefa com o mesmo desprendimento com que a sra. […]

Sobre a raiva

Revisado em 1º.12.2019. ::: Muito já se escreveu sobre Touro Indomável, tido como um dos melhores filmes da história. Essa “redenção católica de um homem animalizado” (Vincent Canby disse isso, salvo engano) continua perfeita em sua aspereza quase insuportável. Revendo-o após alguns anos, o que mais uma vez me impressionou foi a extrema raiva que […]

Como vender canetas

A maior parte dos diálogos de O Lobo de Wall Street é conversa fiada. São quase três horas de duração e os caras falam sobre depilação feminina, estabelecem regras para o uso de anões em confraternizações no escritório (ver imagem acima) e discorrem sobre os benefícios da masturbação e da cocaína (nessa ordem, creio) na […]

Até a luz

Spartacus é talvez o filme mais subestimado de Stanley Kubrick. É o único que ele realizou como diretor contratado (leia-se: pau-mandado de Kirk Douglas), e não são poucas as histórias sobre o quanto a produção foi excruciante. Mas, olhando exclusivamente para o filme, os acertos saltam aos olhos desde os estupendos créditos iniciais concebidos por […]

Sobre "Gravidade"

Vendo o belo Gravidade, de Alfonso Cuáron, quase lamentei quando a personagem de Sandra Bullock afinal retornou à superfície terrestre. Porque em meio às atribulações sofridas por ela, lançada no espaço, incomunicável e com chances muito remotas de sobreviver, o que mais chamou a minha atenção foram justamente os momentos de silêncio e contemplação. O […]

Amor moderno

Frances Ha é um bilhete de amor endereçado à Nouvelle Vague em geral e a François Truffaut em particular. As marcas da primeira década da nova onda francesa estão por toda parte: personagens simpaticamente deslocados, trilha de Georges Delerue, diálogos e atuações naturalistas, fotografia em preto-e-branco e montagem que não raro eliminam o campo/contracampo e […]

Chão comum

::: Terrence Malick atravessa o Atlântico com um corte seco. ::: Amor Pleno ou, conforme prefiro chamar, To the Wonder prossegue com o arvoramento transcendente de A Árvore da Vida, mas sem a carga lutuosa daquele (ainda que uma personagem, aqui, também carregue a perda de um filho). Logo no começo, um padre (Javier Bardem) fala […]