Categoria: Resenhas

Izhaki

Resenha publicada no Estadão em 23.07.2017. Antes de abordar Tentativas de Capturar o Ar, terceiro romance do carioca Flávio Izhaki, deixo claro que conheço o autor, com quem já trabalhei e de quem sou amigo. Meu nome está nos agradecimentos do novo livro, mas não precisava: ao contrário do que se afirma lá, não pude ler […]

Heidegger na berlinda

Minha resenha dos livros Heidegger – A Introdução do Nazismo na Filosofia, de Emmanuel Faye, e Heidegger e o Mito da Conspiração Judaica Mundial, de Peter Trawny, foi publicada na edição de 30.04.2016 d’O Estado de São Paulo. Leia AQUI. No entanto, a versão publicada pelo jornal foi editada por motivos de (falta de) espaço. Assim, posto aqui a […]

No território acidentado da vida familiar

Resenha publicada em 25.04.2016 no Estadão. Pornografia, assassinatos, adultérios, alcoolismo, segredos, suicídio, surtos psicóticos e prevaricação: não é de se espantar que Bonita Avenue, romance de estreia do jornalista e editor holandês Peter Buwalda, seja um best-seller multipremiado. Em suas mais de 500 páginas que se permitem ler sem atropelos, o autor desenvolve uma história […]

Sarmento

Resenha publicada em 18.12.2015 no Estadão. Uma boa maneira de apresentar o humor delirante de Associação Robert Walser para Sósias Anônimos, de Tadeu Sarmento, é a partir da história (provavelmente falsa, e o livro está cheio de mentiras dentro de mentiras) de um personagem, o mentor da associação que dá título ao romance: Hussein é […]

Adoção, exílio e memória

Resenha publicada no Estadão em 05.12.2015. Há um belo momento de inflexão em A Resistência, já no terço final do romance, em que Sebastián, o narrador, fala sobre como está escrevendo o próprio “fracasso”, vacilando “entre um apego incompreensível à realidade – ou aos esparsos despojos de mundo que costumamos chamar de realidade – e […]

Carpintaria narrativa

Resenha publicada em 23.10.2015 no Estadão. O escritor chinês Mo Yan (em português, “Não fale”; pseudônimo de Guan Moye) recebeu muitas críticas quando, em 2012, recebeu o Nobel de Literatura. O poeta Ye Du comparou seu conterrâneo a uma meretriz. Salman Rushdie chamou-o de fantoche do governo chinês, pois não assinara uma petição pela soltura […]

A queda em Mishima

Resenha publicada em 03.10.2015 no Estadão. Foi em 25 de novembro de 1970. Acompanhado por alguns membros de sua organização extremista (a Tatenokai, ou “Sociedade do Escudo”), o escritor Yukio Mishima (pseudônimo de Kimitake Hiraoka) invadiu um quartel-general do exército japonês, em Tóquio, e tentou convencer os soldados a dar um golpe de Estado. O […]

Chalámov

Resenha publicada em 29.08.2015 no Estadão. Em um pequeno “epílogo” à edição espanhola dos Contos de Kolimá, o tradutor Ricardo San Vicente traça uma diferença importante entre as literaturas de Varlam Chalámov e Fiódor Dostoiévski (1821-1881). Lembremos que o autor de Crime e Castigo também amargou um período como prisioneiro na Sibéria, condenado sob a acusação de conspirar […]

Exílio irredimível

Resenha publicada no Estadão em 25.08.2015. A temática do desterro se faz presente em boa parte da melhor literatura produzida (vide autores tão díspares quanto Sebald e Appelfeld), e é possível ler o novo romance de Luis S. Krausz como um autêntico representante dessa vertente. De fato, o ótimo Bazar Paraná talvez possa ser descrito […]

Mar de chamas

Resenha publicada em 30.05.2015 no Estadão. Toda Luz Que Não Podemos Ver, segundo e premiado romance do norte-americano Anthony Doerr (1973), é uma bela façanha. Além de prender a atenção do leitor por mais de 500 movimentadas páginas, o livro é uma narrativa situada na Segunda Guerra Mundial que mantém o frescor e não tropeça […]