Com Búfalos selvagens, Ana Paula Maia encerra sua trilogia apocalíptica. Resenha publicada no Estadão. A “Trilogia do Fim” compreende os romances Enterrem seus mortos, De cada quinhentos uma alma e Búfalos selvagens, todos publicados pela Companhia das Letras. Neles, Ana Paula Maia trafega pelo interior de um mundo colapsado na companhia de Edgar Wilson, personagem […]
Categoria: Leituras
Realidade tortuosa
Resenha publicada no Estadão em 03.06.2012. Talvez você se lembre do escocês Irvine Welsh no filme Trainspotting. Naquela adaptação de seu romance de estreia, nós o víamos como Mikey Forrester, um traficantezinho que vendia supositórios de ópio para um Mark Renton (Ewan McGregor) desejoso de abandonar o vício em heroína sem sofrer demais no processo. Lendo […]
Jünger, Céline
Artigo publicado no Estadão. DA AMBIVALÊNCIA AO CINISMO Obras de Jünger e Céline nos transportam à Primeira Guerra Mundial de formas genialmente distintas A Primeira Guerra Mundial chegou ao fim há 106 anos, mas a sujidade das trincheiras e as explosões dos obuses ainda se fazem literariamente presentes: Tempestades de aço, clássico do alemão Ernst […]
Memória e pertencimento em “O outono dos ipês-rosas”
Resenha publicada na edição de abril de 2024 da revista Pernambuco. O termo alemão Bildung é imprescindível para compreender O outono dos ipês-rosas (editora Cepe), novo romance de Luis S. Krausz. Em uma nota de rodapé na página 409, o narrador nos diz que a “identificação dos judeus de língua alemã com a Europa de […]
Canto LXXXII
“cão de caça”: Sirius, estrela da constelação Cão Maior, visível a olho nu. “Jeffers, Lovell…” etc. eram trainees no DTC. “Swinburne (…) perda”: Pound admirava muito o poeta inglês Algernon Charles Swinburne (1837-1909) e dedicou a ele o poema “Salve O Pontifex” em A Lume Spento (1908). A “perda”, no caso, deve-se ao fato de que Swinburne […]
Lukács e a ‘Estética’
Aconteceu uma coisa engraçada com a resenha abaixo. O título e o subtítulo escolhidos pelo editor do Estadão meio que contradizem o conteúdo do texto que escrevi. Em todo caso, você pode conferir a versão do jornal AQUI (imagino que saia no impresso dentro de alguns dias). “DETERMINAÇÕES” POLUIDORAS Lukács e o espantalho idealista Fala-se […]
Canto LXXXI
“Zeus jaz no seio de Ceres”: Ceres (Deméter) é a deusa da colheita. O verso sugere que o verdor e a fertilidade da natureza são a manifestação do poder divino. “Sargent a havia pintado”: referência à tela “La Carmencita” (1891), de John Singer Sargent (ao lado). “Bowers”: Claude Gernade Bowers (1878-1958), historiador e diplomata norte-americano, […]
Canto LXXX
“Não cometi…”: estamos no DTC, e quem fala (Little, Nelson ou Washington) é um dos detentos, “refletindo sobre as fantasias de nossa emergente Θεμις”. Θεμις é Têmis, titânide filha de Urano e Gaia que personificava a lei estabelecida ou ratificada pelos costumes. “E a morte de Margot…”: o obituário de Margot Asquith (1864-1945) foi publicado […]
Canto LXXIX
“battistero”: batistério (em uma igreja que Pound visitou em Pisa, talvez). “não penses que ganharias”: o “tu” é Dorothy Pound ou Olga Rudge. “Nem te teria amado (…) feminino”: paráfrase do poema “To Althea from Prison”, de Richard Lovelace. Leia AQUI. “Salzburg”: de uma matéria na Time (27.08.1947) sobre a reabertura do Festival de Salzburgo. […]
Canto LXXVIII
“Ida”: Terrell supõe que alguma discussão no DTC, com várias pessoas falando ao mesmo tempo, remeteu Pound ao Julgamento de Páris. Ao mesmo tempo, ele também parece ironizar o tratado de paz (“pax mundi”) assinado por Vittorio Emanuele e os Aliados. “ter flebiliter, Ityn”: “três vezes, lamentavelmente, Ítis”. Pound revolve Horácio, “Ityn flebiliter gemens” — […]