Certa vez, em uma aula sobre Peirce, o professor me explicou: “O geral não aparece, não pode ser apontado topicamente. O universal é espaço-temporalmente contínuo, não extenso. Só pode ser alcançado inferencialmente”. E depois eu li no livro desse mesmo professor: “Do viés epistemológico, a recusa do incogonoscível traduz-se na recusa da brutalidade do inexplicável; o pensamento e a representação repugnam a asfixia. Bem pelo contrário, a procura dos antecedentes gerais para o universo da experiência segue o curso de uma ciência especial, que erige hipóteses capazes de serem confrontadas com a classe dos fatos que lhe é objeto. Este procedimento garante banir singularidades tópicas de representação e manter o continuum entre conhecimento e mundo. Um mundo sob evolução, um conhecimento sob evolução. O corte transversal em ambos, no tempo, revela incompletude e tensão para o futuro”. O realismo peirciano é uma das construções mais belas que existem.
Charles
- Autor do post De André de Leones
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