Traduzi o artigo Cérebros em uma cuba (Brains in a vat), de Hilary Putnam. Clique AQUI para ler e/ou baixar.
É o primeiro capítulo de Reason, Truth and History (Cambridge University Press, 1981, pp. 1-21). O uso de Putnam de uma forma de argumento transcendental (em que, grosso modo, premissas subjetivas levam a uma conclusão objetiva) me parece mais consequente do que a formulação inicial de Peter Strawson em Indivíduos, embora também tenha recebido críticas. Vale ressaltar que algumas dessas críticas, como a de Crispin Wright em “On Putnam’s Proof That We Are Not Brains-in-a-Vat” (artigo publicado em Proceedings of the Aristotelian Society, 92), parecem algo despropositadas: Wright baseia seu ataque em apenas uma das ideações de Putnam (alguém cujo cérebro é arrancado do corpo por um cientista perverso etc.), ignorando que o filósofo, ao desenvolver o argumento, cogita outras possibilidades (apagamento da memória) e radicaliza a brincadeira (“Talvez não haja um cientista perverso, talvez (…) apenas calhou de o universo consistir em um maquinário automatizado que supervisiona uma cuba cheia de cérebros e sistemas nervosos”).